Clube do Livro da Bella: Eu gosto de ler e você?

Já contei diversas vezes que li os livros da série Crepúsculo em menos de uma semana. Na época, praticamente devorei a Saga e esqueci do mundo. Fiz o mesmo com outros livros como A Carne, de Julio Ribeiro, Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare, Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Teve algumas fanfics que me deram esta mesma ânsia louca de me esbaldar na história, é o caso de  I'm Yours, da Aline Pattz, e Tá Todo Mundo Louco, da Aline Santos.  E aí depois eu fiquei pensando como histórias tão distintas me atraíram tanto. A resposta veio de mim mesma.
Eu me identifiquei com as histórias. Seja porque a mocinha gosta de cozinhar, ou porque ela é tão impetuosa que chega a ser teimosa, são as pequenas semelhanças que fizeram eu me apaixonar pelos personagens, suas ideias, e suas histórias.


Ler é como namorar. É descobrimento, admiração, é puro prazer. A escritora Ana Maria Machado fala bem sobre isso na crônica Bom de Ouvido publicada no livro Comédias para se ler na escola, de Luís Fernando Veríssimo (Ed. Objetiva, 2001).

"Volta e meia a gente encontra alguém que foi alfabetizado, mas não sabe ler. Quer dizer, até domina a técnica de juntar as sílabas e é capaz de distinguir no vidro dianteiro o itinerário de um ônibus. Mas passa longe de livro, revista, material impresso em geral. Gente que diz que não curte ler.
Esquisito mesmo. Sei lá, nesses casos, sempre acho que é como se a pessoa estivesse dizendo que não curte namorar. Talvez nunca tenha tido a chance de descobrir como é gostoso. Nem nunca tenha parado para pensar que, se teve alguma experiência desastrosa em um namoro (ou em uma leitura), isso não quer dizer que todas vão ser assim. É só trocar de namorado ou namorada. Ou de livro. De repente, pode descobrir delícias que nem imaginava, gostosuras fantásticas, prazeres incríveis. Ninguém devia ser obrigado a namorar quem não quer. Ou ler o que não tem vontade. E todo mundo devia ter a oportunidade de experimentar um bocado nessa área, até descobrir qual é a sua."

Eu não poderia concordar mais com isso.
Atualmente tô namorando Amor é prosa, Sexo é poesia, de Arnaldo Jabor (Ed  Objetiva, 2004). É um romance meio turbulento, mas assim é que é gostoso. Afinal, já disse Franz Kafka, "se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para que lê-lo?"